A ATUAÇÃO DOS ORIXÁS
Uma
das maiores dificuldades das pessoas é o entendimento da ascendência dos orixás
sobre suas vidas e nós temos insistido nos estágios da evolução que, se formam
um continuum na vida dos seres, no entanto não se processam em uma mesma
dimensão.
Se
hoje somos espíritos, ontem éramos seres naturais e não precisávamos reencarnar
para evoluir. E anteontem éramos seres encantados da natureza, regidos por
Orixás Encantados que direcionavam e monitoravam mentalmente nossa evolução.
Enfim,
um ser não é um produto acabado quando é criado por Deus. E se nos permitem uma
comparação, no momento da nossa criação não éramos diferentes de um óvulo
fecundado por um sêmen, pois desta união surge uma vida, um indivíduo com uma
herança genética que controlará sua formação celular, nervosa, óssea, etc.,
dotado de um cérebro que lhe facultará um aprendizado contínuo e uma capacidade
de raciocinar já a partir de suas necessidades básicas.
Enquanto
estamos protegidos no útero materno, somos o ser que está sendo gerado no
íntimo de Deus. Quando nascemos, o nosso cordão umbilical é cortado e só
sobrevivemos porque temos no leite materno um composto energético que nos
fornece todo alimento de que necessitamos para continuarmos vivos e bem
alimentados.
O
leite materno, comparativamente, é a energia elemental que dá sustentação
energética aos seres recém-saídos do estágio original da evolução, que alguns
chamam de estado virginal do espírito, onde ainda somos seres virginais porque
não entramos em contato com nada do que existe fora do útero divino.
Nós,
quando vivenciamos nosso estágio elemental da evolução, éramos totalmente
inconscientes, como são todos os recém-nascidos, e não dispensávamos o amor,
carinho e amparo materno, que recebíamos de nossas mães elementais.
Elas
nos inundavam com suas irradiações de amor e de fé e formaram nossa natureza
básica ou elemental.
As
mães elementais formam uma hierarquia divina venerada, adorada e
respeitadíssima por todos os Orixás Encantados e naturais, que as tem na conta
de mães divinas puras em todos os sentidos, pois são puras nos seus elementos e
no amor que irradiam.
As
mães ígneas irradiam energias elementais puras do fogo e vibram um amor que
abrasa quem está em seu campo vibratório e sob suas irradiações.
E
o mesmo acontece com as mães aquáticas, eólicas, telúricas, minerais, vegetais
e cristalinas.
Aproximar-se
de uma dessas mães é voltar à primeira infância num piscar de olhos, mesmo para
um espírito tão velho quanto eu, Pai Benedito de Aruanda.
Já
o segundo estágio de nossa evolução acontece quando o nosso corpo e natureza
elemental já estão formados e aptos a absorverem energias mistas.
Automaticamente
somos conduzidos aos jardins de infância dirigidos por nossas mães
bielementais, para absorvermos um segundo elemento e desenvolvermos nosso
emocional ou pólo negativo.
Neste
estágio dual ou bielemental da evolução, encontramos as nossas amadas mães
mistas, tão amorosas quanto as primeiras, mas atentas ao nosso crescimento e ao
desenvolvimento de nossas faculdades elementares ou básicas, também conhecidas
como “instintos básicos”.
Estas
nossas amadas mães são conhecidas como: Yemanjás do ar, da terra, dos minerais,
dos vegetais (isto mesmo) e dos cristais. Só não são Yemanjás do fogo, pois
estes elementos não combinam com água, que é o elemento original delas. Mas nós
as encontramos nas Oxuns do fogo e também nos outros elementos, mas não temos
as mães Oxuns vegetais no nosso segundo estágio da evolução porque o elemento
puro mineral e o vegetal não se combinam. Elas só surgirão em nossas vidas no
nosso quarto estágio da evolução ou evolução natural, pois aí o mineral, o
vegetal, a água, o ar e o fogo formarão um composto energético já assimilável
pelos seres, muito mais desenvolvidos em todos os sentidos.
E
assim, em nosso segundo estágio da evolução fomos amparados e instruídos por
nossas amadas mães mistas ou bielementais, que também são amadas, veneradas e
respeitadíssimas por todos os orixás.
Depois
de desenvolvermos nossos instintos básicos e nosso emocional, somos conduzidos
ao nosso terceiro estagio da evolução, também conhecido como estágio encantado
da evolução dos seres. E quem nos acolheu no aconchego de seus amores maternos
foram as nossas amadas e severas mães encantadas.
São
severas porque sabem que os seres ainda guiados pelos instintos são semelhantes
aos adolescentes do plano material: são emocionais, instintivos, curiosos,
inquiridores, um tanto cabeças-duras e impetuosos!
Ou
encontram nas mães encantadas as mestras rigorosas, ou com toda certeza
acabarão se confundindo e trocando os pés pelas mãos, paralisando suas
evoluções.
As
nossas mães encantadas não são menos amorosas que as duas categorias
anteriores, mas exigem uma obediência total, senão nos dão umas “palmadinhas”
para nos recolocar na senda evolutiva.
Elas
já são irradiadoras de, no mínimo, três elementos que formam uma quarta
energia, que desperta os sentidos e a sensibilidade nos seres encantados. São
tantas as mães encantadas que é impossível quantificar seu número. E todas são
rigorosas, não importando de qual elemento original elas provenham.
Elas
são mães e mestras e tanto nos amam quanto nos instruem. E não nos liberam para
o quarto estágio da evolução enquanto não tiverem plena certeza de que estamos
aptos a vivenciá-lo. E mesmo depois de nos entregar aos cuidados de nossas mães
naturais, continuam a vigiar-nos... e a aplicar corretivos se nos desviamos na
nossa conduta pessoal ou do caminho que devemos trilhar.
De
vez em quando, tem algum ser natural sendo chamado à razão por alguma delas. E
até nós, os espíritos reintegrados às hierarquias naturais, às vezes somos
advertidos quanto ao nosso liberalismo humano.
Isto
de alguns filhos de Santo dizerem que as mães encantadas são intolerantes com
suas falhas individuais e que os punem com severidade, bem... é verdade!
Com
elas não tem a desculpa de que depois se
conserta o que estragou ou depois se repara um erro. Ou conserta e repara no
ato ou... é posto de castigo e ajoelhado em cima de grãos de milho, certo?
Estas
mães encantadas são sensíveis aos seus filhos e fazem de tudo para desenvolver
neles os sentidos que os guiarão pelo resto da vida, deixando de guiarem-se
pelos instintos básicos.
Muitos
encontram certa dificuldade em deixar de se guiar pelos instintos e acabam
sendo recolhidos a faixas vibratórias especificas, onde esgotarão seus
emocionais negativados, pois só depois disso desenvolverão a percepção e os
sentidos se abrirão como canais mentais direcionadores de suas ações. Só quando
desenvolverem plenamente seus sentidos e a percepção, que é o recurso básico
usado por seus filhos, é que as mães encantadas os encaminham às mães naturais,
que os receberão e os sustentarão no quarto estagio da evolução que chamamos de
estágio “natural” da evolução.
As
mães naturais, ao contrário das mães encantadas, são mais liberais, ainda que
mantenham o mesmo rigor e severidade.
Mas
elas dão uma certa liberdade de ação aos seus filhos para que eles possam
desenvolver a consciência. Esse despertar da consciência implica assumir
compromissos e sustentar iniciativas guiadas pelos sentidos e pela consciência.
O
mesmo acontece conosco, que viemos do terceiro estágio da evolução, quando
também éramos seres encantados guiados pelos sentidos e pela percepção.
Paralelismo
vibratório é um recurso maravilhoso de Deus, pois quando um ser não está
evoluindo sob a regência de uma mãe natural, então ela o encaminha a outra
faixa vibratória, onde outro elemento básico predomina. E nela o ser passará
por uma acentuada aceleração ou desaceleração em sua vibração individual,
sempre visando o melhor para ele, que tem de se conscientizar e assumir
“conscientemente” a condução de sua vida, suas iniciativas e suas preferências
pessoais.
A
quarta faixa vibratória de todas as dimensões naturais, onde não acontece o
ciclo encarnacionista, está, vibratoriamente, no mesmo nível terra da faixa
humana onde os espíritos encarnados vivem e evoluem.
Nós
somos espíritos porque, quando desenvolvemos nosso corpo percepcional e
passamos a nos guiar pelos sentidos, fomos espiritualizados ou revestidos de um
plasma cristalino que protege nosso corpo energético para que suportemos as
irradiações energéticas que penetram na dimensão humana e a inundam dos mais
variados tipos de energias.
Não
nos perguntem porque Deus criou a dimensão humana, pois esta resposta só Ele
pode dar. Mas nós raciocinamos e muitas hipóteses já foram aventadas. A que
parece ser a mais lógica é a que indica que o espírito desenvolve, junto com o
despertar da consciência, a criatividade. Se bem que, como aqui na dimensão
humana tudo se desenvolve em dois sentidos, também desenvolvemos a ilusão.
E,
enquanto a criatividade humana nos proporciona recursos adicionais à nossa
evolução, a ilusão nos induz ao emocionalismo, ao retorno aos instintos básicos,
à paralisação dos nossos sentidos e do nosso percepcional, à inconsciência e a
quedas vibratórias acentuadas que nos afastam do convívio dos espíritos que nos
são afins.
Os
nossos irmãos naturais desenvolvem a consciência e apuram ainda mais seus
percepcionais, enquanto nós aperfeiçoamos nossa consciência e apuramos nosso
raciocínio, pois a criatividade precisa de uma apuradíssima capacidade de
raciocinar a partir de conceitos abstratos para que cheguemos às definições
corretas que possibilitam a criação “concreta” de novos recursos que
facilitarão nossa evolução.
Esta
hipótese se mostra a mais lógica porque nós conhecemos as dimensões naturais e
nelas não existe a criatividade humana, que transforma o meio onde vivemos,
altera os nossos costumes, nossas culturas, nossos ideais... e até criamos
religiões. Nas dimensões naturais não existem os nossos tão abstratos conceitos
religiosos e nossas mirabolantes concepções sobre Deus.
O
sentido da Fé vai conduzindo todos ao mesmo tempo, pois as vibrações dos orixás
irradiadores de religiosidade são absorvidas por todos ao mesmo tempo. E quando
um ser natural desenvolve o sentido da Fé até seu limite, assim como adquire a
plena consciência, então se torna um irradiador natural da fé, semelhante ao
seu orixá regente, que o amparou o tempo todo com suas intensas vibrações
despertadoras dos sentimentos de amor, respeito e reverência para com o Divino
Criador, e para com todas as criaturas, os seres e toda a criação divina.
Este
processo evolutivo é contínuo e o chamamos de evolução natural. Porque o ser
não tem sua memória adormecida em momento algum, desde que saiu do útero divino
que o gerou. Ele não teve de reencarnar seguidas vezes e não se esqueceu de
nenhuma de suas vivenciaçoes, ocorridas nos três estágios anteriores da sua
evolução.
E,
se são semelhantes a nós já que o único diferenciador é o plasma cristalino que
envolve nosso corpo energético, no entanto algo os distingue de nós, pois aos
nossos olhos humanos eles são todos “iguais”.
Eles
não reencarnam e não são diferenciados pelo corpo carnal, como acontece
conosco, os seres espiritualizados.
Sim,
porque se nascermos chineses, nossos espíritos mostrarão os traços
característicos desta raça. E se nascermos negros ou louros, o mesmo
acontecerá, ainda que essa membrana plasmática cristalina possa ser alterada
mentalmente por nós, que assumiremos a aparência que desejarmos se dominarmos
esse processo de alteração de nosso corpo plasmático.
Os
seres naturais não alteram suas aparências porque lhes falta este revestimento
plasmático, e nem lhes ocorre assumirem outras aparências, pois consideram isto
um recurso típico dos seres espiritualizados, que recorrem às aparências porque
procuram iludir-se, já que estão aparentando alguém que não foram ou são, ou já
foram e não são mais.
E
as aparências plasmadas não resistem à penetrante visão deles, que nos vêem
através de nossos corpos energéticos, nunca através do nosso corpo plasmático.
A eles falta a criatividade e a ilusão, que são faculdades tipicamente humanas,
já que só se desenvolvem no estagio humano da evolução.
No
aspecto religioso, eles nominam Deus de Divino Criador e Senhor da Luz da Vida,
e quando O invocam, fazem-no através de cantos mantrânicos, nunca num diálogo
coloquial como nós fazemos.
Nós
chamamos aos orixás por seus nomes humanos, tais como Ogum, Oxossi, Xangô,
Yemanjá, etc. Mas eles só se dirigem a eles através de seus nomes mantrânicos
ou divinos, que é a mesma coisa.
Estes
nomes são formados por sílabas e cada uma possui seu tom e sua fonética
particular, formando um canto ou mantra.
Eles
não procedem como nós, que a todo instante exclamamos: “Valei-me Deus!”,
“Ajude-me, meu Pai Ogum!”, etc.
Muito
antes de o código hebreu proibir o chamamento em vão do nome de Deus, os nossos
irmãos naturais já tinham isto como regra de conduta. E a aplicam aos sagrados
orixás, aos quais podem ver o tempo todo, estejam próximos ou distantes deles,
bastando-lhes fixar suas visões no orixá que desejam focalizar visualmente.
Logo,
não existe uma separação visual entre os nossos irmãos naturais e os seus
regentes divinos, mesmo que estejam em outra dimensão.
Já
o mesmo não ocorre conosco, os espíritos, pois a encarnação bloqueia nossa
visão superior e o adormecimento de nossa memória nos impede de nos lembrarmos
das divindades naturais e de como focalizá-las visualmente e mentalizá-las
vibratoriamente.
Por
isto a realidade religiosa dos seres naturais é superior à nossa e dispensa as
nossas concepções abstratas acerca de Deus, das divindades e de como atuam em
nossas vidas.
Conosco,
a religiosidade tem de ser estimulada verbalmente, senão nosso sentido da fé
vai se atrofiando. Já com eles, que absorvem as irradiações contínuas dos
orixás irradiadores da fé e da religiosidade, isto não acontece em momento
algum.
Mas
têm um problema comum conosco: às vezes caem vibratoriamente quando se entregam
à vivenciação de seus desejos, de seus instintos e de seus desequilíbrios
emocionais. E não são pequenas essas quedas vibratórias. Quando caem
vibratoriamente, afastam-se naturalmente do regente do nível onde se encontram
e vão “descendo” a outros níveis, numa queda contínua que só termina quando
chegam ao pólo magnético negativo da irradiação que os está sustentando.
Se
um natural de Ogum começa a cair vibratoriamente por causa de uma das razões
que citamos acima, dificilmente deixa de cair até o pólo magnético negativo da
linha de forças irradiantes do mistério da Lei Divina.
E
se, quando vivia sob a irradiação do pólo magnético positivo era irradiante e
irradiador de vibrações ordenadoras e sustentadoras da ordem, no pólo magnético
negativo torna-se absorvedor de energias negativas e assume uma única cor,
comum a todos os que estão sob a irradiação de um pólo magnético negativo.
Quando
isto acontece, nós chamamos estes seres de seres negativados, pois são
intolerantes, irascíveis, violentos, perigosos, ensimesmados e refratários a
qualquer contato.
Eles
se isolam em si mesmos e se autopunem por terem falhado em alguns dos setes
sentidos básicos. Sentem-se indignos dos regentes irradiantes e fogem deles
assim que percebem suas aproximações. Muitos adentram nos níveis vibratórios
afins da dimensão humana, no intuito de ocultarem-se da visão e da luz dos
orixás.
Mas,
por serem portadores de uma inocência natural, são presas fáceis dos
“poderosos” espíritos caídos nas trevas humanas, que possuem seus sombrios
domínios abarrotados de espíritos caídos, também por vivenciarem seus desejos,
por desequilíbrios emocionais e por seus instintos básicos.
Estes
poderosos espíritos caídos, os temidos “grandes das Trevas”, recorrem aos seus
poderes mentais e suas faculdades ilusionistas e praticamente escravizam estes
seres naturais, hipnotizando-os e livrando-os de suas culpas conscienciais,
adormecendo no intimo deles os sentimentos de vergonha e o desejo de se
autoflagelarem.
Os
grandes das Trevas acercam-se desses naturais caídos porque estes são leais,
fieis, obedientes e submissos ao extremo. Além de serem irradiadores de
energias negativas muito perigosas para os espíritos humanos, que somos nós.
Os
grandes magos negros das trevas humanas os usam assiduamente para perseguirem
seus desafetos encarnados ou retidos nos sombrios níveis vibratórios das faixas
negativas da dimensão espiritual humana.
Na
inocência natural deles está sua fraqueza, pois são iludidos com facilidade e
lhes falta o recurso da criatividade humana para pensarem numa saída racional
para o problema que criaram para si mesmos.
Os
magos das trevas os induzem a crerem que os orixás luminosos não gostam mais
deles e que os querem longe de seus domínios naturais, despertando neles uma
ojeriza à luz e a todos que vivam nas faixas vibratórias luminosas.
O
fato é que, quando alguém, seja um ser natural ou um espírito humano, é
portador natural de um mistério, os seres elementares, os encantados e os
naturais vêem o grau e o mistério no seu portador e o tratam com respeito e
reverência e aproxima-se dele para absorverem as suas irradiações naturais, que
contêm as vibrações divinas do mistério que se manifesta através dele e flui
junto com suas irradiações.
Se
assim procedem é porque, passando a absorver as irradiações do mistério,
chegará um tempo em que também eles se tornarão irradiadores do mistério que os
irradiou e sustentou.
Se
existem mistérios humanos?
-
Sim, existem os mistérios humanos, irmãos amados!
Nossa
criatividade é um deles e tem nos ajudado a superar obstáculos gigantescos em
nossa evolução segmentada, pois ora estamos vivendo no plano material, ora no
plano espiritual.
Um
outro mistério humano é a faculdade de desenvolvermos mais de um mistério
natural em nós mesmos. Sim, os seres naturais e os encantados só irradiam a
partir de si mesmos um mistério, seja ele de natureza positiva ou negativa.
Mas
nós, espíritos humanos, podemos irradiar quantos desejarmos e formos capazes de
desenvolver em nosso íntimo, até um ponto em que passamos a irradiá-los
naturalmente, desde que nos coloquemos em sintonia vibratória com as divindades
irradiadoras deles.
Querem
um exemplo simples acerca do que estamos comentando? Ei-lo:
Um
médium de Umbanda “lida” com vários orixás ao mesmo
tempo durante seus
trabalhos magísticos. Num instante ele ativa o mistério de um para, no instante
seguinte, ativar o de outro, já afim com sua nova necessidade. Durante o decorrer
de uma engira, vários orixás são invocados e os médiuns vão assimilando suas
irradiações, tornando-se irradiadores das energias deles.
E
se invocam Exu, no mesmo instante Exu se manifesta e os médiuns passam a
irradiar suas energias. Essa capacidade humana de lidar com mistérios distintos
e ao mesmo tempo só nós, os seres espiritualizados, possuímos, já que os seres
encantados ou naturais de Ogum, por exemplo, só irradiam qualidades de Ogum, e
o tempo todo.
Um
encantado ou natural de Oxóssi só irradia qualidades de Oxóssi, o tempo todo.
Uma encantada ou natural de Yemanjá só irradia qualidades de Yemanjá, o tempo
todo. Uma encantada ou natural de Oxum só irradia qualidades de Oxum, o tempo
todo.
Por
qualidades entendam mistérios e energias!
Já
nós, os espíritos humanos, bem, ora estamos irradiando Ogum, ou Oxóssi ou
Xangô, ora estamos irradiando Yemanjá, Oxum, Iansã, etc.
Por
que esta diferente capacitação? O que é que nos faculta irradiarmos ora um e
ora outro orixá? O que é que nos diferencia de nossos irmãos encantados ou
naturais, que só conseguem irradiar um orixá apenas?
Bom,
esta diferenciação acontece porque um encantado ou natural de Ogum é o que é:
Um Ogum individualizado em si mesmo mas regido o tempo todo pelo mistério Ogum,
do qual não consegue se afastar, desligar ou deixar de irradiar o tempo todo.
Um
ser natural Ogum é um Ogum em si mesmo e irradia Ogum o tempo todo, nunca se
dissociando de seu regente divino. E o mesmo acontece com todos os seres
elementais, encantados e naturais regidos pelos outros orixás.
Já
o mesmo não acontece com um espírito ou ser humano, pois o simples fato de
viver e evoluir na dimensão humana já lhe faculta a possibilidade única de
desenvolver a bipolaridade magnética, vibratória e irradiadora ou absorvedora
de mistérios.
Um
espírito humano tem uma direita e uma esquerda, um alto e um embaixo, aos quais
manipula segundo suas afinidades ou necessidades.
Um
espírito pode ter no alto o orixá Oxalá, no embaixo o orixá Omulú, na direita a
orixá Yemanjá e na esquerda a orixá Iansã, e pode absorver as irradiações dos
quatro, que não deixará de ser o que é: um espírito humano!
Já
um nosso irmão encantado ou natural, bom, ele só absorve as irradiações de um
desses quatro orixás ou entra em desequilíbrio magnético, vibratório e
energético e fica confuso e desequilibrado emocionalmente. E cai! Istoé um dos
muitos mistérios humanos, filhos de Fé nos orixás!
O
estágio humano da evolução não é superior a nenhum outro. Mas que possui seus
mistérios, isto ele possui! E quando um espírito humano desenvolve-se
consciencialmente e adquire controle sobre seu emocional, logo é atraído pelas
hierarquias naturais regidas pelos orixás que o assentam à direita ou à
esquerda e o tornam irradiador de suas energias e mistérios.
Eu
mesmo, Benedito de Aruanda, acho que já me assentei à direita ou à esquerda de
todos os senhores(as) Orixás Intermediários naturais e junto de muitos dos
senhores(as) Orixás Intermediários encantados, assim como já fui assentado à
direita de alguns(as) Orixás Elementais.
A
todos sirvo com fé, amor e profundo respeito, pois entendi que eles formam a
imutável e inquebrável hierarquia divina do Divino Olorum, que é o nosso Divino
Criador.
Este
servir é irradiar individualmente, e segundo minha limitada capacidade, alguns
dos mistérios que eles irradiam a todos, o tempo todo e de forma
multidimensional, pois cada um possui uma irradiação vertical e outra
horizontal, formando a quadratura do círculo onde estão assentados, pois são
“Tronos Divinos”.
Eu,
se vos falo dos senhores orixás com tanta naturalidade e conhecimento, é porque
dentro dos meus limites humanos e deles recebi a orientação de ensina-los aos
seus filhos que foram espiritualizados, mas continuam a ser o que nunca
deixarão de ser: filhos de orixás.
Sim,
todos são filhos de orixás, mas só os que desenvolvem os mistérios humanos (os
seres espiritualizados) conseguem faze-lo sem grandes dificuldades. Se bem que
“alguns” acabam estacionando por muito tempo nas zonas sombrias da dimensão
espiritual humana.
Mas
isto também acontece nas dimensões naturais regidas pelos orixás, ainda que não
chamem o lado escuro delas de inferno ou umbral, pois lá o nome destas zonas
sóbrias é este: pólos negativos!
Sim,
os orixás regentes dos pólos negativos sustentam os seres encantados ou
naturais que, por alguma razão, falharam em suas evoluções e tiveram de ser
afastados do convívio com os que evoluíam equilibradamente. Eles estacionam nos
níveis vibratórios negativos até que possam retomar, já equilibrados, suas evoluções
naturais, pois eles não reencarnam e não tem suas memórias adormecidas, como
acontece conosco sempre que reencarnamos para superar obstáculos que nos
desequilibraram intensamente. Eles não saem da irradiação do seu regente
natural. Assim, um encantado de Ogum, se vier a se desequilibrar durante seu
estágio encantado da evolução, não sairá da dimensão regida pelo Orixá Ogum.
Apenas será atraído pelo pólo magnético negativo que nela existe e, amparado
por um orixá Ogum cósmico, mas de nível intermediário, nele estacionará até que
tenha superado o desequilíbrio que o negativou magneticamente. É um processo
seguro, mas lento, de reequilibrá-lo emocionalmente.
Já
o mesmo não acontece nas zonas sombrias da dimensão humana. Nelas sempre tem um
“espertinho” para recepcionar os espíritos negativados que sempre está pronto e
disposto a aproveitar-se deles que, se já estão desequilibrados, muito pior
ficarão após suas quedas vertiginosas.
As
zonas sombrias humanas são como as prisões do plano material: alguém atropela
alguém com seu veículo. Se for condenado à prisão, vai conviver com
assaltantes, estupradores, assassinos frios e calculistas. Quando sair da
prisão, terá feito um estagio completo no mundo da criminalidade, e com certeza
recorrerá aos seus novos “conhecimentos” assim que se ver em dificuldades.
Já
o mesmo não acontece nas dimensões naturais. Nelas não se misturam, de forma
alguma, seres com desequilíbrios diferentes. Quem se desequilibrou num sentido
não entra em contato com quem se desequilibrou em outro.
Se
um encantado viciou-se nas coisas do sexo, ele irá a um pólo magnético que só
atrai encantados desequilibrados por vícios sexuais. Se um encantado tornou-se
violento e gosta de agredir outros encantados, imediatamente é atraído para um
pólo magnético que só atrai encantados violentos e agressivos... que o
agredirão.
A
frase: “Os semelhantes se atraem!” se aplica com toda propriedade às dimensões
naturais e parcialmente à dimensão humana, já que aqui outros fatores
ponderáveis influenciam as atrações.
Aqui,
um assassino frio sente-se atraído sexualmente por uma mulher virtuosa,
principalmente se ela for bonita, e não se incomoda de matar por ela, ou até de
matá-la, se não for correspondido ou se ela não se submeter aos seus desejos
imundos. Já nas dimensões naturais, se algum encantado desequilibrou-se e
tornou-se violento, ele não sentirá atração sexual por ninguém, mesmo pela mais
bela e atraente das encantadas.
O
desequilíbrio não se generaliza ou alcança outros sentidos e, muito ao contrário,
até os anula, pois o ser passa a viver intensamente o seu desequilíbrio e
fecha-se em si mesmo, não suportando o contato com outros encantados.
É
quase que um “autismo”, onde cada um vive seu mundo pessoal e só sai dele em
casos extremos.. ou após esgotar seu negativismo energético e as causas do
desequilíbrio emocional que o tornou magneticamente atrativo pelos pólos
negativos da dimensão onde vive e evolui.
(texto extraído do livro: “O Código de Umbanda” – obra
inspirada pelos mestres de luz Sr. Ogum Beira Mar, Pai Benedito de Aruanda,
Li-Mahi-An-Seri yê, Seiman Hamiser yê e Mestre Anaanda e psicografada por
Rubens Saraceni).